Como a PNL ajuda na comunicação?

Programação Neurolinguística (PNL) trata-se do estudo sistêmico da comunicação humana.

Tô achando bem interessante observar quais coisas me chamam a atenção. Tenho percebido que meu olhar anda viciado para algumas coisas. Carrego padrões de comportamentos e respondo, na esmagadora maioria das vezes, de uma mesma forma. Aquela forma conhecida, que já se manifestou tantas vezes e que dá indícios de como se dá meu funcionamento.

Tenho aprendido a observar. Desde que me conheço por gente, sou melhor ouvinte do que falante. Não que eu não goste de falar. Eu gosto. Só que gosto ainda mais de ouvir. Tenho ouvido curioso. Ele fica o tempo todo captando os sons de todos os lugares. Às vezes isso é um grande desafio para a concentração, inclusive.

Muitas vezes me questionei “tu não tem nada a dizer?”, “por que não fala?”. Muitas vezes eu tinha sim coisas a dizer. E em algumas dessas vezes não falei por medo de julgamento (que tempos depois fui entender não se tratar de julgamento de outra pessoa, mas meu mesmo). Medo de não ter algo de interessante a acrescentar, algo que fosse realmente agregador. De uns tempos para cá, percebi que é ainda mais embaixo o buraco. Observando, me dei conta do quanto eu valorizo a comunicação. Valorizo mesmo. Com a força do radical dessa palavra, para mim a comunicação responsável é um valor. Como é algo que para mim tem muita importância, observo as palavras antes de usá-las, com cuidado, para não ferir, magoar ou dar margem para interpretações distorcidas. Acredito que comunicação deva ser usada com responsabilidade. Por isso cursei uma graduação na área da comunicação? Talvez.

O que mais recentemente se apresentou com clareza é o quanto me incomoda a comunicação irresponsável, sem fundamento, o famoso “falar por falar”. Talvez por acreditar que simplesmente falar para preencher o silêncio é um mau uso da comunicação, muitas vezes prefira ficar em silêncio a ficar tagarelando palavras ao vento. Só que como mero ser humano, às vezes me percebo utilizando a comunicação de forma violenta. Com sarcasmo, com acidez, com o objetivo de atingir outra pessoa. E quando faço isso, imediatamente trago consciência para a minha postura. É realmente assim que quero me comunicar?

Comunicação precisa ser consciente. O que quero comunicar? Esse é o ponto de partida. Ter consciência de que possuo recursos para comunicar de forma assertiva e fazê-lo.

Teve um ensinamento mais recente no estudo da comunicação que considero de extrema importância para quem, assim como eu, valoriza a comunicação. Trata-se do Modelo de Percepção Neurolinguística, da Programação Neurolinguística (PNL).

Um parêntese antes, para explicar de forma simples e sintetizada, a que se refere Programação Neurolinguística. A PNL é a influência da linguagem sobre nossas mentes e nossos comportamentos subseqüentes. Trata-se do estudo sistêmico da comunicação humana. O objeto de estudo da PNL é a estrutura subjetiva dos seres humanos, o nosso mundo interno. 

Modelo de Percepção Neurolinguística (PNL)

Para que tu entenda a complexidade envolvida antes de um comportamento ser expresso, vou explicar da forma mais simples que eu conseguir como funciona o modelo. É importante ter consciência de que isso ocorre dentro do emissor e do receptor e que cada um é um universo completamente diferente, portanto, o que ocorre no interior de cada indivíduo vai ser diferente e as respostas serão diferentes, em consequência disso.

REALIDADE EXTERNA

Existe a realidade externa, aquilo que simplesmente é. Um acontecimento neutro. Neutro porque não é bom nem ruim, positivo ou negativo, simplesmente é o que é. Por exemplo: um carro passou. A realidade externa independe do observador. Ela simplesmente se apresenta, como é. 

PORTAS DA PERCEPÇÃO

As portas da percepção referem-se à forma como captamos a realidade externa. São os nossos sentidos. É a partir deles que apreendemos o mundo à nossa volta, também chamado de realidade objetiva. Tratam-se dos 5 sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Seguindo no mesmo exemplo, a partir das portas da percepção, o indivíduo faz uma representação em sua mente de “o carro passou”. Utiliza, para isso: a visão captada, a audição dos sons relacionados à cena, os cheiros que podem ter havido e por aí vai.

FILTROS

Só que além das portas da percepção, captamos a realidade utilizando filtros. São eles: omissão, distorção e generalização.

Os filtros farão com que interpretemos a realidade de uma determinada forma e influenciarão na forma como a comunicamos. Os filtros são:

Omissão: refere-se a detalhes que o indivíduo deixará de fora em sua interpretação

Distorção: filtro responsável por modificar a realidade, tornando-a diferente da que foi captada

Generalização: filtro responsável por “universalizar” algo, fazer com que se torne maior, aumentando sua amplitude

Temos ainda mais alguns filtros que atuam internamente, são eles: crenças, valores, memórias, interesses. Cada um desses filtros, vai influenciar na forma como um indivíduo atribuirá significados à realidade.

REPRESENTAÇÃO INTERNA

Sua representação interna se formará a partir da atuação dos filtros explicados anteriormente em conjunto com sua fisiologia e seu estado emocional. A partir disso, se dará o seu comportamento.

COMPORTAMENTOS

Os comportamentos são a forma como reagimos no mundo objetivo após todo esse caminho percorrido entre percepção, apreensão e, finalmente, expressão. É só a ponta do iceberg.

Dito tudo isso, é importante, ainda, termos consciência de que a comunicação é uma via de mão dupla. Dessa forma, é inviável esperar que a tua comunicação chegue ao receptor exatamente da forma como tu gostaria. Afinal, todos esses fatores descritos influenciam tanto o emissor quanto o receptor.

Comunicação = responsabilidade

O que eu tiro disso tudo? É impossível ter controle sobre a forma como outra pessoa vai receber minha comunicação. O que está ao meu alcance é comunicar de forma honesta e responsável. E isso a gente sabe fazer, né? Agir a partir do nosso centro, do nosso coração.

Por gostar muito dessa temática e acreditar nela para a mudança dos relacionamentos que estabelecemos (com outras pessoas e conosco mesmos) e do mundo em que vivemos, pretendo escrever mais sobre isso aqui. Que tu acha disso? Vamos comunicar mais e melhor? 

Um beijo! ❤

Bruna Pinheiro

Publicado por bruinsights

Bruna Pinheiro é Comunicadora de formação e atuante na área. Com formações em Coaching e Programação Neurolinguística, busca no autoconhecimento compreender melhor a si e vencer limitações que bloqueiam a total expressão da sua alma selvagem. Entusiasta das diferentes formas de expressão gosta de escrever, cantar, dançar e conversar. Unindo seu amor por comunicação, seu interesse por desenvolvimento pessoal e pelo universo do sagrado feminino ao seu forte apelo terapêutico, criou esse blog para dar vasão ao seu propósito de ajudar mulheres a resgatarem a sua autoestima e empoderarem-se através do autoconhecimento. Durante o ano de 2019 facilitou círculos de mulheres, mais conhecidos como Conversas Guiadas, inspirados no livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. Esse projeto ajudou dezenas de mulheres a acessar conhecimentos sobre a psique feminina, resgatar sua autoestima, contribuindo fortemente para seu empoderamento.

3 comentários em “Como a PNL ajuda na comunicação?

  1. Tu fala ali sobre a coisa do falar por falar. Pois é. Eu acho que muitas vezes precisa partir da pessoa a questão de silenciar quando tem mesmo noção de que aquilo não vai contribuir de forma positiva pra discussão e que possa realmente machucar alguém, coisa assim, como por exemplo declarações preconceituosas, principalmente quando a pessoa não tá aberta pra pensar de forma mais razoável. E é importante ouvir, sim. Mas se a gente não fala nada nunca, acaba sem voz, achando que nada do que a gente diz tem valor ou é complexo demais, quando isso não é verdade. Vi um post esses dias dizendo que quem se interessar de verdade pelo que a gente diz vai nos entender de alguma forma, e se não, vai fazer perguntas, e tudo bem. Outra coisa que eu percebo que é importante trabalhar é o limite entre não falar tudo sem pensar antes e o pensar demais e tirar a espontaneidade da fala… Às vezes eu acho que meu problema pode ser tom mais seco e/ou ríspido, também, ainda que não intencionalmente, e que sempre parte de mim o problema na comunicação por causa dele, mas aí eu olho para as outras situações em que não “queria” ter soado de certa forma e o buraco é mais embaixo… Ainda que não intencionalmente ríspido, mas conscientemente menos suave, mas necessário, ele tende a vir como resposta a eu não ser ouvida e/ou levada a sério. Falar com mais firmeza, me impor e tal, e o mais educadamente possível. E já ocorreu de eu ser ridicularizada justamente por falar de forma mais firme. É complicado, a gente não tem mesmo controle sobre isso. Seria tão bom se todos os pais nos ensinassem a dizer o que a gente quer de forma firme e ao mesmo tempo educada. Ainda tenho um pouco de dificuldade aí, mas bem melhor do que antes…

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    1. É sempre bom ler teus comentários porque aprendo com eles. “Outra coisa que eu percebo que é importante trabalhar é o limite entre não falar tudo sem pensar antes e o pensar demais e tirar a espontaneidade da fala…” Exato. É algo que venho trabalhando por aqui também. Sempre na busca pelo equilíbrio 🙏

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      1. Ah, que é isso hahahaha é bom saber que o que a gente oferece acrescenta alguma coisa pra outra pessoa e deveria ser sempre assim, né? Aprendo contigo também 🙂 A gente às vezes cresce no meio de núcleos que não nos dão abertura de um jeito ou outro, então mais do que nunca cabe à gente aprender dizer o que tem que ser dito pra defender a si mesme e aos nossos (exemplo: mulheres). Mas a gente se ajuda, se observa.
        Tu pensando demais e eu de menos… Mas um dia a gente chega lá. Do jeito que tiverem que vir, as palavras honestas sempre vêm, e é assim que a gente enfrenta as coisas – chamando-as pelo nome correto, ainda que ele demore pra vir e/ou que doa dizer.

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